Título: A Estação de Trabalho de Luxo Esportiva: O BMW 330i Touring

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Título: A Estação de Trabalho de Luxo Esportiva: O BMW 330i Touring

Não existe um carro ideal, já que cada um tem um ideal diferente. Mas um BMW que tem potencial para satisfazer diversos ideais diferentes é o BMW Sport Touring, um modelo que nem é importado para o Brasil, pois foi esmagado pela sanha "SUVista", uma daquelas unanimidades a que Nelson Rodrigues se classificava como "pouco inteligente". A station da BMW Série 3 passou por um face-lift em 2022, acompanhando as mudanças implementadas no sedã. A versão avaliada foi a 330i M Sport, uma versão intermediária da perua, abaixo da M340i ou da M3 Touring. No entanto, 330i talvez seja a versão mais equilibrada e a que melhor matiza toda a tradição da marca alemã. Muito mais do que um famigerado IX ou XM.

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Projeto Exterior

As vantagens da Série 3 são bem conhecidas e consagradas. Ela é relativamente compacta ao lado da Série 5, não tem aquela escalafobética grade de dentes de coelho da Série 4 e do M3 e combina muito bem as linhas modernas da linguagem de design atual da BMW com outros elementos mais clássicos da marca. Em suma, é sóbrio e esportivo em partes iguais e é tão prático quanto um SUV, mas sem ser enorme, alto ou desengonçado.

Em dados mais precisos, trata-se de um carro de 4,71 metros de comprimento, 1,44 m de altura, 1,83 m de largura e 2,85 metros entre eixos, com um porta-malas de 500 litros. Ele também vem de mãos dadas com os para-choques M, a grade recém-projetada com frisos verticais duplas e os conjunto ótico de design revisado, com uma assinatura luminosa que cita os tradicionais faróis duplos da marca. Na traseira, a presença dos dois escapamentos de grosso calibre sugere alguma esportividade. A versão avaliada ainda trazia rodas de 19 polegadas.

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Interior e Tecnologia

No habitáculo, há mudanças importantes. O painel de instrumentos e a exibição do sistema multimídia são substituídos por um novo painel panorâmico integrado, batizado de BMW Live Cockpit Professional. Ele corresponde a uma tela de 12,3 polegadas para o painel de instrumentos e uma tela de 14,9 polegadas para o sistema multimídia, que opera, com o sistema de última geração da marca, o iDrive 8. Como a tela do sistema multimídia é maior e tem mais funções, os comandos do ar-condicionado são integrados e operados apenas digitalmente. O seletor de transmissão agora é um comutador, semelhante ao usado no BMW IX.

O novo sistema da BMW aumentou a velocidade e a resolução, mas tudo ficou um tanto sobrecarregado. Com a remoção do seletor da caixa de câmbio e dos botões do controle de temperatura, tudo parece mais espaçoso, arrumado e minimalista. Restou o seletor iDrive e também o botão de volume do som para que nem tudo seja 100% tátil. Os antigos interiores em dois tons dos carros premium ajudavam a entregar uma sensação de luxo e maior qualidade, mas a BMW se rendeu à monocromia, ainda mais porque o preto é uma cor que disfarça muito a qualidade dos materiais. Já o volante é enorme e desnecessariamente grosso.

Desempenho e Dirigibilidade

Sob o capô, o 330i traz o propulsor Twin Power Turbo 2.0, com quatro cilindro em linha, função Start/Stop automática e frenagem regenerativa, gerenciado por um câmbio automático sequencial de oito marchas, com paddle shifts no volante. Ele rende 258 cv e 40,8 kgfm e é capaz de empurrar o modelo de zero a 100 km/h em 5,8 segundos. É a mesma motorização usada no sedã 330i, vendido no Brasil até 2021 – com o face-lift, a BMW passou a trazer a versão híbrida plug-in 330e, que custa a partir de R$ 422.950. A marca não oferece nenhuma station wagon no país.

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A resposta do motor Twin Power é muito generosa e a 330i Touring parece bem mais potente do que o que a ficha técnica indica. Os 400,8 kgfm de torque são sentidos em quase todo o curso do conta-giros e essa é provavelmente a chave para que este motor de dois litros pareça um pouco mais explosivo do que o de outros carros. Por exemplo, um rival do 330i Touring embora com um preço mais razoável seria o Subaru WRX Sportwagon, com mais potência e mais cilindrada (2.4 Turbo) mas menos torque e gerenciado por um CVT que nunca será tão ágil como o câmbio BMW Steptronic, embora seja provavelmente o melhor CVT de todos existentes.

Outra coisa é que o 330i tem tração traseira, o que o torna um pouco mais nervoso e divertido de dirigir quando explorado esportivamente – mesmo que a traseira seja tão grudada no chão que é praticamente impossível fazê-la escorregar. É um carro que pode ser tão esportivo quanto o condutor quiser, com uma arrancada rápida em um semáforo, retomadas impressionantes e comportamento em curvas, mesmo em sequências, absolutamente neutro e controlada. É uma combinação entre carroceria e motor que reflete os dois talentos da BMW: eficiência e desempenho. Há modelos até mais potentes, mas dificilmente seria necessário.

Conclusão

Obviamente, não é um carro perfeito, por mais perto disso que o 330i Touring chegue. O volante é desnecessariamente grosso e acaba reduzindo a agilidade nas manobras. Os bancos traseiros são generosos para quatro ocupantes, mas não para cinco ocupantes ‑ a menos que o do meio seja uma criança pequena para ocupar pouco espaço e grande a ponto de dispensar o uso da cadeirinha. Um problema do 330i Touring em relação a um mercado tão avarento em ofertas como o brasileiro é o fato de ser destinado a alguém que precisa de espaço de bagagem, valoriza o estilo e que um comportamento mais esportivo. No país, o único modelo que atende este chamado é o Audi RS6 Avant, que custa a bagatela de R$ 1.175 mil.

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