Você levaria um supercarro de mais de R$ 1 milhão ao limite, a ponto de derretê-lo? Pois foi exatamente o que aconteceu com um Corvette ZR1 durante uma corrida insana no Texas. Vamos entender como essa máquina atingiu 342 km/h e acabou com o para-choque… tostado.
Corvette ZR1 Quebra Recorde de Velocidade e Derrete o Próprio Para-choque
Um Chevrolet Corvette ZR1 da geração C7, ano 2019, fez história ao estabelecer um novo recorde de velocidade média na Big Bend Open Road Race (BBORR), no Texas. O feito, alcançado por John Anhalt, foi tão extremo que o calor gerado pela máquina derreteu parte do para-choque traseiro do carro.
O Recorde na Big Bend Open Road Race
A Big Bend Open Road Race é uma competição desafiadora que acontece em um trecho de 95 quilômetros (59 milhas) da Highway 285, entre Fort Stockton e Sanderson, no Texas. Os competidores percorrem o trajeto em ambas as direções, totalizando 190 quilômetros (118 milhas), e a média das duas passagens define o resultado final. O percurso não é apenas reto; ele inclui 60 curvas em cada sentido, exigindo muita habilidade dos pilotos.
John Anhalt, ao volante de seu Corvette ZR1 2019, cravou uma velocidade média impressionante de 278,4 km/h (173.004 mph) ao longo dos 190 quilômetros, superando o recorde anterior. O recorde anterior pertencia a Tom Whalen, que em 2013 alcançou uma média de 277,9 km/h (172.696 mph) com seu Corvette de 2002.
As Modificações que Levaram o ZR1 ao Limite
O Corvette ZR1 de Anhalt não era um carro comum. Embora o modelo de fábrica já seja uma potência, com um motor V8 de 6.2 litros supercharged que entrega 755 cavalos de potência e uma velocidade máxima oficial de 341,2 km/h (212 mph), o carro de Anhalt recebeu uma série de modificações para a corrida. Ele explicou que “mudou cada coisa que podia no carro” para a competição.
Entre as alterações, destacam-se um corpo de borboleta maior, cabeçotes portados, balancins e tuchos aprimorados, e um supercharger modificado. Essas melhorias resultaram em um aumento de cerca de 30% na potência do motor em comparação com o modelo original, transformando o ZR1 em uma verdadeira máquina de velocidade.
Por Que o Para-choque do Corvette Derreteu?
O efeito colateral mais notável da busca por velocidade foi o para-choque traseiro derretido do Corvette, carinhosamente apelidado de “marshmallow torrado” por Anhalt e sua navegadora Kelli Hughes. A causa principal foi o sistema de escape do carro, que não possuía abafador. Com coletores Kooks e tubos retos AWE, o sistema não só produzia um som ensurdecedor — Hughes mencionou que seus ouvidos ainda zumbiam — mas também gerava uma quantidade extrema de calor.
Anhalt está atualmente investigando a causa exata do derretimento para encontrar uma solução antes do próximo evento da BBORR, agendado para abril de 2026.
A Dupla de Pilotos que Fez História
John Anhalt não estava sozinho nessa jornada. Ele contou com a parceria de Kelli Hughes como sua navegadora e colega competidora. Curiosamente, Hughes planejava competir com seu próprio Corvette Grand Sport da geração C6, equipado com um motor LS9. No entanto, como seu carro não estava pronto a tempo, Anhalt a convenceu a se juntar à sua equipe. A parceria se mostrou um sucesso, apesar do para-choque derretido.
Durante a corrida, Anhalt relatou ter atingido 342,8 km/h (213 mph) nas retas. Hughes acrescentou que, ao se aproximarem da linha de chegada, eles enfrentaram as duas últimas curvas de 45 graus a impressionantes 305,8 km/h (190 mph).
Desafios e o Futuro: A Busca por Mais Velocidade
Apesar do recorde, Anhalt e Hughes concordam que ainda havia margem para mais velocidade. A principal preocupação durante a corrida foi o consumo de combustível. Em aceleração máxima, o Corvette esvaziaria seu tanque em aproximadamente 20 minutos, forçando-os a aliviar o acelerador em alguns momentos para garantir que não ficassem sem gasolina antes do fim do percurso.
Com o próximo evento da Big Bend Open Road Race marcado para abril de 2026, a dupla tem tempo para refinar o carro, resolver o problema do superaquecimento e, quem sabe, buscar um novo recorde, levando o “marshmallow torrado” a velocidades ainda maiores.